- O que são Esquemas?
Para Jeffrey Young, criador da Terapia do Esquema, os esquemas resultam de necessidades emocionais não-satisfeitas na infância, ou seja, para os seres humanos, cinco necessidades são fundamentais:
- Vínculos seguros com outros indivíduos (inclui segurança, estabilidade, cuidado e aceitação).
- Autonomia, competência e sentimento de identidade.
- Liberdade de expressão, necessidades e emoções válidas.
- Espontaneidade e lazer.
- Limites realistas e autocontrole.
Acredita-se que essas necessidades são universais, embora algumas pessoas apresentem mais necessidades do que outras, por conta do temperamento inato de cada um, experiências traumáticas na vida da criança/adolescente, ambiente familiar disfuncional, pouco ou nenhum afeto, maus tratos por exemplo. A partir disso, o paciente segue padrões emocionais, cognitivos e comportamentais altamente prejudicados, trazendo no seu desenvolvimento os chamados esquemas desadaptativos ao longo da vida em vários contextos.
São 18 esquemas, agrupados em cinco domínios, conforme abaixo:
1.o Domínio: Desconexão e Rejeição
Esquemas: Abandono / Instabilidade
Defectividade / Vergonha
Desconfiança / Abuso
Privação Emocional
Isolamento social / Alienação
2.o Domínio: Autonomia e Desempenho Prejudicados
Esquemas: Dependência / Incompetência
Vulnerabilidade ao dano ou a doença
Emaranhamento / Self subdesenvolvido
Fracasso
3.o Domínio: Limites Prejudicados
Esquemas: Arrogo / Grandiosidade
Autocontrole / autodisciplina insuficientes
4.o Domínio: Limites Prejudicados
Esquemas: Subjugação
Auto-sacrifício
Busca de Aprovação / Reconhecimento
5.o Domínio: Supervigilância e Inibição
Esquemas: Negativismo / pessimismo
Inibição emocional
Padrões Inflexíveis
Postura Punitiva
Estilos de enfrentamento desadaptativos, mediante aos esquemas ativados:
Hipercompensação > Os pacientes lutam contra o esquema pensando, sentindo comportando-se e relacionando-se como se o oposto do esquema fosse verdadeiro.
Resignação > Ao se resignar a um esquema, os pacientes consentem com o mesmo. Não tentam evitá-lo nem lutam contra ele, aceitando que é verdadeiro.
Evitação > Os pacientes tentam organizar suas vidas de maneira que o esquema nunca seja ativado, ou seja como se ele não existisse, evitando pensar a respeito dele como bloquear pensamentos e imagens que provavelmente ativam emoções desagradáveis, onde os indivíduos distraem-se ou os repelem.
- O que a Terapia do Esquema propõe?
A terapia do esquema, é uma proposta de terapia inovadora e integradora, desenvolvida por Young e colegas (Young, 1990, 1999) que amplia significativamente os tratamentos e conceitos cognitivo-comportamentais tradicionais, proporciona um novo sistema psicoterápico especialmente adequado a pacientes com transtornos psicológicos crônicos arraigados, até então considerados difíceis de tratar e também para aqueles pacientes com questões caracterológicas importantes respondendo muito bem ao tratamento com esquemas.
Tal sistema abrange, alguns elementos advindos da teoria do apego, gestalt e psicanálise, propondo um modelo conceitual rico e unificador, sendo considerada uma evolução da Terapia Cognitivo-Comportamental.
A terapia de esquema normaliza ao invés de patologizar os transtornos psicológicos. Todos nós temos esquemas, estilos de enfrentamento e modos esquemáticos, porém mais rígidos e disfuncionais em determinados pacientes.
- Objetivos do Recurso Terapêutico
A Psicoeducação ao paciente sobre seus esquemas desadaptativos, é um passo muito importante no processo terapêutico, pois o paciente vai compreendendo e identificando suas emoções em determinadas situações, para então promover as mudanças necessárias.
A conscientização dos esquemas, traz ao paciente um autoconhecimento significativo de suas insatisfações em vários contextos de sua vida, permitindo ser mais assertivo em suas novas escolhas.
Terapeuta e paciente trabalham juntos na identificação e monitoração dos esquemas ativados dentro e fora do seting terapêutico.